domingo, 18 de abril de 2010



De 30 de outubro a 3 de novembro, 180 jovens de cinco países da América do Sul se encontraram em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, para mais uma reunião do “Projeto Derechos Direitos” – iniciativa internacional mantida por ONGs, voltada para adolescentes e jovens de 14 a 35 anos dos países do Mercosul e Chile. O evento é mais uma das etapas, esta em nível internacional, do projeto.
O foco do encontro foi o levantamento de estratégias para permitir que as juventudes garantam seus direitos, principal objetivo do projeto, e estreitamento do canal entre as diversas juventudes e o poder público em âmbito sul-americano, apostando na criação de espaços de integração e de troca de experiências para desenvolver uma identificação regional.

Roberto Gevaerd, técnico da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), coordenadora do projeto no Brasil, afirma que as questões das juventudes não mudam muito de país para país. “É possível encontrar identificação entre as demandas, apesar das diferentes identidades culturais”.

“O encontro facilita o reconhecimento juvenil em suas várias dimensões. Pudemos conhecer melhor cada região, vislumbrar como integrar e dialogar e, assim, pensar melhor as atividades. Foi mais um passo rumo à integração sul-americana”, opina Roberto.

Yamila Heram, técnica do programa Derechos Direitos, da Fundação SES, reitera a opinião, afirmando que um dos principais resultados foi o compartilhamento entre diferentes experiências, vivencias e percepções e a descoberta de que, apesar das diferenças culturais, as demandas são similares.

A língua foi o único obstáculo destacado entre participantes, como relembra Juan Souza Silva, 25 anos, Rio de Janeiro. “Enfrentamos alguns problemas porque nem todos falam espanhol, mas foi só no princípio”.

“Deu pra observar durante o encontro que ocorre nos demais países que participaram do evento a mesma ‘despolítica’ que o nosso governo pratica com a juventude. A mesma falta de políticas públicas para a juventude, com o diferencial apenas da língua, da cultura”, observa Bender Arruda, 22 anos, Caxias Rio de Janeiro

“Encontramos muita similaridade e percebemos que a luta na região é muito grande. Cada um tem uma visão diferente, mas as lutas são as mesmas, por educação, transporte, saúde. Vimos que o nosso trabalho é apoiado por pessoas a quilômetros daqui. O trabalho deles respalda o nosso, dá força, e vice-versa”, complementa Juan.

Ao final do evento foi redigida uma carta, a Declaração de Cabo Frio, “dizendo o que a juventude quer, expressando um pouco da identidade dos jovens”, explica Roberto. Outra conseqüência do evento foi o encontro de jovens da Fase com o deputado Alessandro Molon, em 3 de novembro, na Alerj, para a entrega de outra carta, que defende a exigibilidade do direito dos jovens.

O projeto busca a exigibilidade dos direitos dos jovens, não propõe novidades, mas o cumprimento dos direitos já garantidos. “Quando falo como brasileiro, não falo apenas em nome dos jovens do meu país, falo por toda a juventude. Quando falei com Molon na Alerj, falei por todos os jovens. Se tivesse parlamentares de outros países, o discurso seria o mesmo porque as demandas são praticamente as mesmas”, defende Bender.

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