domingo, 18 de abril de 2010



Lésbicas sofrem preconceito
As mulheres estão cada vez mais dispostas a denunciar a discriminação contra o movimento homossexual. No entanto, o temor diante de sanções sociais, familiares e legais as obriga a lutar mantendo o anonimato. A entidade Opus Gay publicou algumas denúncias de discriminação que chegaram ao Movimento de Integração e Liberação Homossexual (Movilh).

É como os casos de uma jovem mãe que ganhou na Justiça a guarda da criança de sua filha lésbica e de uma estudante que foi expulsa de casa após confessar seu lesbianismo. A Ativista do Movilh, Sofía Velásquez comenta que as vítimas ainda têm medo de se identificar por causa da desproteção legal e social. Apesar do medo, a entidade diz que as denúncias por parte de lésbicas têm aumentado significativamente este ano.



O organismo esclarece que todas as semanas recebe em seu correio eletrônico ao menos uma denúncia. "No entanto, consideramos para o cadastro de nossos informes somente aquelas feitas que confirmados em contato direto com as fontes e provas, pois nada garante que uma denúncia recebida por e-mail é suficientemente séria ou verdadeira. Nestes casos deve-se agir com absoluta responsabilidade para enfrentar os problemas em sua justa medida e não superdimensioná-los", indica Velásquez.

A ativista explica que várias lutas ainda devem acontecer em absoluta reserva devido ao temor "mas só o fato de que as denúncias de lésbicas estão crescendo é um grande avanço e demonstra uma redução dos medos".



Todos os casos de homofobia recebidos pelo Movilh, assim como também os vividos por gays, bissexuais e transexuais este ano, serão incluídos no IV Informe Anual dos Direitos Humanos das Minorias Sexuais Chilenas, que produz a entidade com respaldo da Anistia Internacional.



De acordo com o III Informe Anual, ao longo de 2004 se registraram 46 denúncias de discriminação por orientação sexual no Chile. Deste total, 59% afetou a totalidade das minorias sexuais, enquanto que 17% somente as lésbicas, 13% exclusivamente os transgêneros e 11% os gays. No ano passado, a maior quantidade de casos que afetou mulheres aconteceu em nos liceus e em escolas de primeiro grau, nas quais se originou a Brigada Escolar Gay e Lésbica do Movilh, composta por estudantes do ensino médio.



O Informe Anual de Direitos Humanos é entregue a autoridades de todos os poderes do Estado a várias instâncias internacionais, como a ONU, de maneira a manter a voz de alerta e melhorar as políticas públicas, em especial no terreno jurídico. "A valentia dos denunciantes é o que permite mudar e eliminar o abusos no Chile contra um amplo setor da população que é homossexual ou tem condutas homossexuais. O esforço é tanto deles como de nós mesmos", pontuou Velásquez.

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